Minhas primeiras instruções foi na Escola Municipal Almerinda Galvão no povoado da Palmeirinha, Município de Aiquara BA, onde recordo com bastante clareza o período de alfabetização com a professora Maria Antônia. Ela era ótima, meiga, carinhosa, criativa, jamais esquecerei um dia, que a pró trouxe para aula uma TV feita com caixa de papelão e cabos de vassouras para contar história, fiquei encantada se já gostava dela, fiquei apaixonada, eu tinha seis anos de idade nessa época,hoje percebo que escolhi a docência por influência principalmente desta professora.
Na primeira série eu e minha família nos mudamos para o Município de Marcionílio de Souza BA, muito distante da Palmeirinha e diferente principalmente o clima, no início foi muito difícil a adaptação. Eu e meus irmãos fomos estudar na Escola Estadual Euridice Santana no ano de 1989, entrei na primeira série turma da professora Raimunda, muito meiga e carinhosa, ela fez amizade com a minha mãe, alguns anos mais tarde tive a triste notícia que ela havia falecido de câncer no estômago. Nesse período de primário, conheci uma colega chamada Luciene Amorim, apelidada de Siu, com ela estabeleci uma amizade sólida, estudamos juntas da primeira até a quinta série, um fato que me marcou neste período, foi que a irmã mais velha de Siu pedia para eu dá “pesca” pra ela nas atividades avaliativas, pois ela tinha muita dificuldades em matemática.
Outro momento importante no primário foi na quarta série com a temida professora Luzia, o oposto das prós que eu havia estudo, era durona, rígida, porém era muito boa no que fazia eu não tinha dificuldades em aprender. Lucrei muito nesta época, porque na escola quase não tinha merenda, minha mãe não tinha dinheiro para me dá, então eu respondia as atividades dos colegas e eles me pagavam,passava pesca com muita dificuldade e medo, pois a pró Luzia era muito sagás, assim tinha lanche sempre. Uma vez fiquei muito chateada com a pró Luzia, num dia de teste de matemática era só para armar e resolver as quatro operações, mas ela não me deu dez só porque troquei o lugar de colocar o sinal das contas de adição e subtração, nesse dia perdi para meu rival e amigo Artuh, que tirou muito sarro da minha cara. Ele sempre conseguia desequilibrar um pouco a pró com suas peraltices, logo em seguida a conquistava com algum mimo ou gesto de carinho.
Na quinta série continuei com a maioria dos colegas do primário inclusive Siu e ganhando meus trocados. Conquistei a assídua freguesa Ariane que tinha muita dificuldade e me dava muitas caixas de chocolate, inclusive muito cara para aquela época, mais tarde descobri que ela roubava dinheiros dos avôs e minha mãe me proibiu de manter contato com ela. Na Escola Eurídice Santana, estudei até a quinta série em 1993, e outra vez tivemos que nos mudar, agora para Jequié, inicio de 1994.
Estudei a sexta série na Escola Municipal Estela Câmara D’bois, fui premiada no final do ano como aluna de melhor desempenho da sexta série, pela excelente professora de Língua Portuguesa Dalva. Recordo-me muito bem que foi um ano muito difícil, pois havíamos mudado de cidade e meus pais tiveram dificuldades em arrumar emprego, a escola era bem distante de onde eu morava, tinha que acordar muito cedo e as vezes a preguiça era tamanha que eu já dormia fardada, mas nunca faltei um dia de aula. Hoje, as prós que me ensinaram naquela época são minhas colegas de trabalho.
Na sétima série (1995) e oitava (1996) freqüentei o ColégioEstadual Centro Integral Governador Luíz Viana Filho, no qual gostei muito da professora de Língua Portuguesa Pró Amália, tinha dificuldades em Química, mas consegui passar de ano sem recuperação final. Neste período perdi meu pai, este foi um momento muito difícil para minha família, pois além da dor provocada pela sua ausência, a minha mãe tinha que se virar sozinha para sustentar eu e meus quatro irmãos, além disso fomos morar em umacasa muito pequena com apenas dois cômodos– banheiro e sala.